quarta-feira, 14 de março de 2012

livro O Fim do Euro - A história da moeda da União Européia e seu futuro incerto



O Fim do EuroCampus/Elsevier
Em O Fim do Euro, lançado pela Editora Campus/Elsevier no Brasil, Van Overtveldt mostra que a tentativa de integrar a Alemanha, França, Itália e outros países europeus, por meio de uma moeda única e de uma política monetária comum, mas sem uma verdadeira união política para governar a nova entidade, só poderia resultar em grandes desequilíbrios entre os países-membros, ameaçando a estabilidade da União Européia em si.

Essa realidade foi reconhecida desde o início por muitos economistas e por outros observadores, cujas advertências a elite política dedicou muito falatório e pouca ação. Nenhum dos líderes europeus realmente considerou esses riscos anunciados, em termos de iniciativas e reformas. O objetivo do autor é mostrar aos leitores que em um continente profundamente dividido ou a União Econômica e Monetária se transformam fundamentalmente ou se desintegram definitivamente.

As dúvidas em torno da sobrevivência do euro são mais velhas do que a própria moeda, que completou, recentemente, uma década de existência. Desde a sua concepção, o projeto da moeda única européia dói cercado de controvérsias. De um lado, os economistas apontavam para os diversos motivos que impediam que a zona do euro fosse vista como uma “zona monetária ótima”, isto é, uma região onde o estabelecimento de uma mesma política para todos não entrasse em conflito com a trajetória de crescimento almejada por cada país, a estrutura dos mercados de trabalho, ou a condução da política fiscal. Os políticos, por sua vez, argumentavam que uma união monetária não poderia subsistir sem legitimidade política, isto é, sem as instituições para sustentá-la. Instituições como uma constituição comum, um governo central, um Tesouro único. Já outros cientistas sociais, jornalistas e observadores em geral diziam que o euro era um projeto fadado ao fracasso, pois fora elaborado por tecnocratas, sem consultar os desejos da população de cada país. Todos tinham razão.

“O euro está lutando pela sobrevivência. Há mais de uma década, os políticos ignoram as advertências dos economistas sobre as falhas estruturais da união monetária européia. Hoje, Grécia, Irlanda e Portugal padecem da crise financeira aguda, enquanto Espanha, Itália e Bélgica estão na Iminência de descambar para mal semelhante. A atmosfera geral na União Européia (UE) está cheia de incertezas e medos em relação ao futuro. Os Estados-membros da zona do euro devem mudar as regras do jogo para que a união monetária sobreviva, mas os líderes políticos da Europa não têm agido com determinação”, afirma o autor.

O título do novo livro de Johan Van Overtveldt não é uma pergunta. É uma alternativa. Ao longo de suas 250 páginas, o autor constrói um argumento sucinto, porém meticuloso, que expõe as “veias abertas” da união monetária européia. Mesmo que a moeda única não desapareça nos próximos anos, o euro, na forma como foi originalmente concebido e desenhado, já não existe.

Fonte: Brandpress

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