domingo, 1 de julho de 2012

Férias podem ser sinônimo de muita brincadeira e muitos tombos

Cuidado redobrado pode garantir diversão durante todo o período Com o término das aulas dá-se início ao período de férias. As crianças que antes gastavam toda a energia em atividades diárias na escola e em cursinhos extracurriculares agora estão com dia livre, sem atividades programadas. O que fazer? Gastar a energia com muitas brincadeiras, andar de bicicleta, de skate, patins, jogar bola, correr e brincar muito. E é aí que mora o perigo, porque controlar as brincadeiras nem sempre é possível muito menos evitar alguns tombos e quedas que podem até causar consequências graves. Segundo o ortopedista pediátrico do Hospital Orthomed Center, Celso Santos, toda atenção é pouca quando se tem criança. “Com tanta energia as crianças usam de tudo para brincar. Dentro de casa, por exemplo, qualquer objeto pode se transformar num parque de diversão. Uma gaveta aberta que se transforma em escada, cadeiras que são usadas como trampolim. Fora de casa, nos parquinhos ou em playgrounds as crianças criam um mundo de obstáculos para andar de bicicleta, de skate ou de patins. E é nesse momento que um simples tombo pode trazer graves sequelas”, diz o médico, que ainda ressalta que as quedas podem causar de pequenos ferimentos à morte. Andreia Maria Portes Oliveira é professora do ensino fundamental e médio e tem dois filhos, Guido de nove anos e Gustavo de dois meses. Segundo Andreia o filho mais velho é muito aventureiro e adora brincar. “Meu filho brinca muito em casa. Eu e meu marido temos todo o cuidado com as crianças, o que não impede que o Guido, o meu mais velho, apareça com alguns arranhões, resultado das brincadeiras e alguns tombos. Temos uma área de lazer com muito espaço para brincarem, mas o Guido é muito aventureiro ele cria espaços para se divertir, ele sobe nos móveis e pula muito. Ele sempre está com um raladinho, mas nunca sofreu nenhuma fratura”, afirmou Andreia que ainda lembrou. “Quando ele tinha dois anos eu tinha acabado de mudar para minha casa atual, que ainda não tinha grades nas janelas. Fui tomar banho e deixei o Guido com meu marido. Em um instante que meu marido se virou o Guido pulou a janela da casa. Nada grave aconteceu, ele somente arranhões. Fui um susto!”, contou Andréia. Dados do Ministério da Saúde apontam que quedas de crianças com idades entre zero e nove anos, representam a principal causa de atendimento nas unidades de urgência do Sistema Único de Saúde – SUS e que nove em cada dez acidentes envolvendo crianças acontecem em casa. Com números tão elevados, a queda é considerada a terceira maior causa de morte infantil no país. Ainda de acordo com o Ministério da Saúde os acidentes no período das férias, representam a principal causa de morte de crianças de um a 14 anos. No total, mais de cinco mil crianças morrem e aproximadamente de 137 mil crianças são hospitalizadas anualmente. Em meio a números assustadores, o ortopedista Celso Santos afirma que estudos apontam que pelo menos 90% das lesões ocorridas por quedas podem ser evitadas com atitudes de prevenção e cuidado redobrado. “Todos os pais sabem que não se deve deixar nenhuma criança sozinha e quando o assunto é férias, é aí que não devem desviar a atenção. Não há estatísticas em hospitais particulares, mas dentro de nosso hospital sabemos que há um aumento de 30% do número de crianças atendidas no pronto-atendimento somente nas férias. Mais da metade dos atendimentos são feitos a crianças que sofreram quedas. Números mostram que cerca de 50% dos casos observados são relacionados a acidentes que poderiam ter sido evitados”, argumenta o ortopedista pediátrico. Todo cuidado é pouco O médico explica que cair faz parte do desenvolvimento da criança, dos primeiros passos às corridas de bicicleta. Mesmo assim, algumas medidas de prevenção são importantes para evitar acidentes mais graves. Em casa · Escadas, sacadas e lajes, não são lugares para brincar. Mantenha a criança em lugares seguros; · Use portões de segurança no topo e na base das escadas. Caso a escada seja aberta, instale redes ao longo dela; instale barreiras nas cozinhas (pequenos portões). Estatísticas comprovam que o cômodo mais frequentemente relacionado aos acidentes é a cozinha. · Coloque dispositivos protetores nos armários (fechos plásticos) que demandam habilidade manual para retirá-los. As gavetas localizadas abaixo de 1 metro e que contém utensílios cortantes (facas, raladores, tesouras) devem ser priorizadas. · Coloque protetores plásticos em quinas de móveis, acondicione chaves/chaveiros em lugares mais altos. · Crianças com menos de seis anos não devem dormir em beliches. Se não tiver escolha, coloque grades de proteção nas laterais; · Mantenha camas, armários e outros móveis longe das janelas, pois podem facilitar que crianças os escalem e se debrucem para fora do prédio ou casa. Além disso, verifique se os móveis e o tanque da lavanderia estão estáveis e fixos; Em parquinhos ou playgrounds · Ao andar de bicicleta, skate ou patins, o capacete é o equipamento fundamental. Ele pode reduzir o risco de lesões na cabeça em até 85%; · Atente-se caso a criança esteja abusando de obstáculos e da velocidade ao andar de bicicleta ou skate · Ao levar as crianças para brincar no parquinho não se distraia. Observe se os brinquedos estão em boas condições e se são adequados à idade da criança. O risco de lesão é quatro vezes maior se a criança cair de um brinquedo com altura superior a 1,5 m. · Crianças não devem brincar perto de barreiras e barrancos. O ortopedista ainda ressalta. “A ida ao médico nas circunstâncias após a queda é essencial para o tratamento adequado. Após o evento (acidente doméstico), procure não escutar opiniões de terceiros ("puxar o braço para voltar no lugar", "colocar vinagre e sal"). Os pais estão autorizados a dar analgésicos (dipirona, paracetamol) na dose habitual para a idade logo após a queda. Procure imobilizar o membro afetado com proteções de papelão e ataduras (se houver) e leve a criança ao serviço médico imediatamente”, finaliza Celso Santos.

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